Fonte: http://blogdozero.files.wordpress.com/2008/11/zero_nov_14_final.pdf
Professores discutem estruturação da
crítica e a necessidade de base teórica
Além do anonimato, a polêmica em torno de Aline Valim desencadeou debates sobre a formação do crítico cultural. A discussão aborda a diferença entre a crítica de opiniões e “impressões pessoais”, como foram qualificados alguns dos textos da autora. Apesar de não invalidar a opinião de Valim, a qualificação expõe a falta de base teórica em suas críticas. Stephan Baumgärtel, professor de crítica cultural na Udesc, diz que, em termos conceituais, a crítica se constrói em três momentos: apresentação do espetáculo, análise técnica e, por fim, argumentação sobre a função social e relevância da obra. Todas devem ser baseadas em princípios estéticos e expor a discussão que a peça se propõe a trazer. Pode concordar ou não com seu conteúdo e, ainda assim, avaliar que o espetáculo cumpriu seu objetivo. O mais importante é que a crítica promova o debate estético, ou seja, a reflexão sobre o valor artístico da obra.Os currículos dos cursos de Artes Cê-
nicas da UFSC e da Udesc, com respectivas 60h e 36h dedicadas ao ensino da crítica teatral, mostram que a formação de críticos é um objetivo secundário. O professor de lingüística Heronides Moura
considera que há falta de interesse dos alunos em exercer a crítica, por ser uma
atividade de risco e sempre sujeita a represálias. (C.R.F.)