sábado, 14 de abril de 2012

Anonimato e crítica teatral

Como muitas pessoas, criei esse blog durante o meu período de pesquisa para o mestrado e acabo não atualizando seu conteúdo. Porém, toda vez que volto a pesquisar o tema sou levada para o meu próprio espaço aqui. Então, aproveito para publicar o texto de uma matéria que está me servindo de base para o artigo que estou escrevendo para a  IV Jornadas Nacionales de Investigación y crítica teatral que ocorre entre 2 a 4 de maio em Buenos Aires. Ou seja, a notícia é velha, mas o tema segue palpitante.

Fonte: http://blogdozero.files.wordpress.com/2008/11/zero_nov_14_final.pdf


Professores discutem estruturação da 
crítica e a necessidade de base teórica

Além do anonimato, a polêmica em torno de Aline Valim desencadeou debates sobre a formação do crítico cultural.  A discussão aborda a diferença entre a  crítica de opiniões e “impressões pessoais”, como foram qualificados alguns dos textos da autora. Apesar de não invalidar a opinião de Valim, a qualificação expõe a falta de base teórica em suas críticas. Stephan Baumgärtel, professor de crítica cultural na Udesc, diz que, em termos conceituais, a crítica se constrói em três  momentos: apresentação do espetáculo, análise técnica e, por fim,  argumentação sobre a função social e relevância da  obra. Todas devem ser baseadas em princípios estéticos e expor a discussão que a peça se propõe a trazer. Pode concordar ou não com seu conteúdo e, ainda assim, avaliar que o espetáculo cumpriu seu objetivo. O mais importante é que a crítica promova o debate estético, ou seja,  a reflexão sobre o valor artístico da obra.Os currículos dos cursos de Artes Cê-
nicas da UFSC e da Udesc, com respectivas 60h e 36h dedicadas ao ensino da crítica teatral, mostram que a formação de críticos é um objetivo secundário. O professor de lingüística Heronides Moura
considera que há falta de interesse dos alunos em exercer a crítica, por ser uma
atividade de risco e  sempre sujeita a represálias.  (C.R.F.)